08 abril 2016

Vou indo...



Sonhei só por sonhar? 
Quais são meus objetivos? 
Qual é a da minha vida? 
Eu tenho tantas perguntas para me fazer. 
Eu tenho tanta dor dentro de mim. 
Eu sou frágil. 
E veio raiva. 
Surtei. 
Ventou, ouvi sua voz. 
A raiva passou. 
Não consegui entender uma palavra, mas era sua voz. 
Mas não estava comigo. 
E se foi com a corrente. 
E comecei a ver outras pessoas.
Que não chegava perto de você.
E você estava tão vivo. 
E acabei de ver essas pessoas. 
Elas não podiam matar você em mim. 
E foi um ciclo cansativo de surtos, entre cigarros e saídas. 
E eu fui me destruindo aos poucos. 
E fui morrendo. 
Foquei mais na vida profissional. 
Não podia morrer por inteiro. 
E estudei muito. 
E fiz muita coisa. 
Uma. 
Duas. 
Três horas de academia. 
Chegava acabado em casa. 
Acho que gosto de sentir dor. 
Sadomasoquista. 
E dispensei ajuda. 
Muita gente legal. 
Vesti um escudo mais forte. 
Achei que meu sofrimento era contagioso. 
Contagioso como foi com você. 
E vi algumas pessoas querendo cuidar de mim. 
Querendo me fazer voltar a ser feliz. 
E eu mantendo o não. 
E de tanto dizer não, um dia vou acabar dizendo sim. 
E nesse dia eu não vou fumar mais, mas vou beber pra brindar. 
Por ter conseguido me sentir amado. 
Será que você foi meu primeiro amor mesmo? 
Quero acreditar que foi uma paixão devastadora. 
Quero acreditar nisso e seguir sorrindo. 
Com um sorriso bobo. 
Voltar a amar as cores da vida. 
É, verdade, reciprocidade. 
E talvez assim, você vai acabando dentro de mim. 
Até ir por inteiro. 
E eu vou começar a dar risada sobre tudo que aconteceu. 
Todo mundo disse que eu iria rir depois de um tempo. 
Mas quando vou rir? 
Quando vou conseguir essa satisfação? 
Saí, não senti nada. 
E não sentia nada. 
E esse era o problema. 
Um abismo entre eu e você. 
E eu sem sentir nada. 
Eu acho que prefiro a dor, do que o nada. 
Eu só desejo que a maldade do mundo nunca te atinja, que não atinja aqueles que é digno do seu amor. 
O mundo é sujo. 
Não se corrompa. 
Eu já to fazendo isso por nós dois. 
Eu sei. 
Eu to me mostrando isso. 
Não é possível sair ileso. 
Não basta ser bom. 
Não basta ser do bem, meu bebê. 
E aí vamos indo, tentando achar a felicidade. 
Quem sabe o amor, pela primeira vez, se é que não tivemos a primeira vez ainda. 
Éramos, talvez somos, muito crianças para isso. 
O tempo precisa fazer bem. 
E tem que fazer.

ANÔNIMO 

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